Professores integrantes do movimento de ocupação na prefeitura de Feira de Santana, segunda maior cidade da Bahia, divulgaram, nesta sexta-feira (1), novas imagens da confusão envolvendo guardas municipais, que agiram de forma truculenta contra os grevistas.
A prefeitura de Feira de Santana disse não houve excessos por parte da Guarda Municipal, e que os agentes teriam agido da forma que deveriam. No site oficial, a prefeitura ainda divulgou a imagem de um agente da guarda municipal que teria sido agredido com uma cotovelada no rosto durante a ação contra os professores.
De acordo com a prefeitura, o suspeito de agredir o agente seria assessor do vereador Jhonatas Monteiro. Ainda de acordo com a gestão municipal, o homem será conduzido para delegacia, onde será prestada queixa .Em entrevista ao programa Bahia Meio Dia, da TV Subaé, afiliada da TV Bahia, o prefeito Colbert Martins disse que a prefeitura entrou com uma ação judicial com o pedido de desocupação do prédio e pretende pedir a decretação da ilegalidade da greve.
“Estamos pronto para poder, na hora que a Justiça chamar, nós discutimos essa questão. O diálogo está aberto, mas neste momento, aonde a uma invasão de um prédio público da prefeitura, daquelas pessoas que deveriam estar neste momento defendendo os estudantes, que estão nesse momento patrocinando uma invasão no prédio público”, afirmou.
A categoria decretou greve, na quinta-feira (31), por tempo indeterminado. Entre as reivindicações, os professores pedem reajuste salarial, pagamento integral do salário, licença prêmio, melhores condições de trabalho, mais contratação de professores e merenda escolar.
Na noite de quinta-feira, alguns professores foram expulsos do local por guardas municipais. Imagens publicadas nas redes sociais mostram que os agentes chegaram com extintores. Outro vídeo, gravado no final da manhã de quinta, mostra o momento em que guardas municipais usaram spray de pimenta para evitar que professores e vereadores entrassem no local.
Os professores se reuniram na frente da Câmara de Vereadores e se deslocaram até a sede da prefeitura da cidade, com o desejo de negociar as pautas com o prefeito Colbert Martins.
Os professores contaram que não foram atendidos pelo gestor e afirmam que houve violência por parte de guardas municipais. Na quinta-feira, uma professora precisou ser atendida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e levada para um hospital, por causa da emissão de gás de pimenta. Ela passa bem e voltou para a manifestação nesta sexta.
O que diz a prefeitura?
De acordo com a prefeitura de Feira de Santana, as atividades foram suspensas nesta sexta-feira e o local foi interditado para perícia, porque portas foram quebradas e estilhaços de vidro ficaram espalhados por toda a parte.
De acordo com Colbert Martins, nenhum professor da rede municipal de ensino vai receber menos que o piso salarial pago pelo dinheiro do Fundeb.
“A greve é sempre um instrumento legal da classe trabalhadora, mas entendemos que esse é um mecanismo que só deve ser utilizado quando não existe um diálogo e a busca pelo entendimento. Esta não é a realidade em Feira, onde estamos em busca da solução”, afirmou.
Por Kris Couto
Fonte G1