Após quase um ano com escolas fechadas devido à pandemia de coronavírus, o retorno dos estudantes às salas de aula começa a ser debatido na Bahia. Na ultima segunda-feira (8), houve uma reunião na sede da União dos Municípios da Bahia (UPB), com presença do secretário estadual da Educação, Jerônimo Rodrigues, além de gestores, autoridades e técnicos das secretarias estaduais da Educação e da Saúde. Entre os pontos discutidos e aprovados por todas as partes, está a adoção do ensino híbrido, de acordo com a realidade de cada unidade.
Na avaliação de profissionais de saúde, o atual cenário da crise sanitária permite uma volta segura às atividades, desde que sejam respeitados os protocolos. Segundo a infecto pediatra Anne Galastri, as recentes descobertas da comunidade científica indicam que crianças infectadas desenvolvem formas mais leves da Covid-19, além de transmitirem menos o coronavírus. “O modo como o vírus se liga à célula humana para causar infecção tem menos sucesso nas crianças, porque elas têm um menor número de um receptor que faz essa ligação, e porque o sistema imune da criança é favorável à não evolução para casos mais graves”, explicou Anne, ressaltando que a tendência de agravamento do quadro é maior em crianças com doenças crônicas.
Há, ainda, a preocupação com as consequências do isolamento no desenvolvimento cognitivo e social das crianças, como explica o psicólogo Alessandro Marimpietri. “A escola tem um papel muito central no desenvolvimento das crianças, não apenas pela convivência com pares, mas por uma série de experiências que são edificantes. O impacto é efetivamente muito significativo”, diz o psicólogo.
Se, por um lado, as escolas particulares estão adaptadas aos novos protocolos, nas instituições públicas a situação é mais delicada. Um documento divulgado no final de janeiro pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) reconhece que “a maioria das escolas, principalmente das redes públicas”, não está estruturada adequadamente para garantir segurança básica no retorno presencial dos alunos. A entidade considera “indispensável” a responsabilização das autoridades públicas, além da “urgência” de um planejamento para o retorno.
A semana começou com protocolos de retomada de atividades presenciais nas escolas de outros estados. Em São Paulo, 85% das 5,3 mil escolas da rede estadual foram abertas na segunda-feira, seguindo as normas estabelecidas pelo plano regional, de acordo com a fase de flexibilização. Já no Rio de Janeiro, o retorno global às aulas nos colégios estaduais está previsto para 1º de março, no sistema híbrido, em Salvador, o prefeito Bruno Reis (DEM), anunciou a prorrogação, por mais 15 dias, do decreto municipal que proíbe a realização de aulas presenciais.
Por Kris Couto
Fonte Metro 1
Discussion about this post