Que a pobreza existe todo mundo sabe, no entanto com a COVID-19, o numero de pessoas sem ter o que comer cresceu absurdamente, a pandemia causou graves estragos no Brasil , na sua economia, principalmente dentro das casas de milhões de crianças. Os pobres e vulneráveis do nosso país, sentiram mais duramente as consequências econômicas negativas da pandemia. Apenas discutir as implicações das políticas públicas para a combater as causas da pobreza, não ajuda, é preciso sair da teoria e ajudar na pratica com programas sociais de renda.
Segundo estudo feito por pesquisadores da PUC do Rio Grande do Sul, a pobreza infantil aumentou no país depois da pandemia. Levando em consideração os dados da PNAD Contínua, do IBGE, se concluiu que a proporção de crianças com até seis anos vivendo abaixo da linha da pobreza saltou de 36,1%, em 2020, para 44,7%, em 2021.
Isso quer dizer que cada pessoa da família vive, por mês, com o máximo de R$ 465. No ano passado, 12,7% estavam na faixa de extrema pobreza, onde a renda mensal por pessoa não passa de R$ 161. É a taxa mais alta desde o primeiro ano de coleta de dados pelo IBGE, em 2012.
Há sete anos, Adenilson recebe doações para manter uma cozinha comunitária funcionando a semana inteira, de onde saem 400 marmitas todos os dias. Segundo ele, a demanda parece só crescer.
“Tem muito mais gente sem o que comer. Não é só a pessoa que está em situação de rua que está passando necessidade, tem pessoas que têm residência, suas casas, mas não tem o que comer”, diz.
Além das marmitas, Adenilson distribui cestas básicas a famílias de recicladores de lixo. Por onde a caminhonete dele passa, saem adultos e crianças a procura de algo para se alimentar .Entre as regiões do Brasil, o quadro mais grave é no Nordeste, onde mais de 60% das crianças estão abaixo da linha da pobreza.
Gleiciane é mãe de quatro filhos e conta que o pior momento da vida foi não poder atender o mínimo que as crianças pediam. Ela fala sobre o filho mais novo, que ainda não entende direito a situação que a família vive.
“Ele precisa merendar, almoçar, jantar e não entende quando digo que não tem. Não tem o que dizer. Acaba meu coração. Eu não tenho o que dizer para eles, eu falo que vou atrás”, disse a mãe .
“Os programas de transferência de renda foram capazes de proteger grande parte da população dos impactos imediatos da pandemia, mas ainda precisamos entender melhor as implicações de longo prazo dessa crise no bem-estar. Este relatório procura contribuir para este objetivo”, disse a diretora do Banco Mundial no Brasil, Paloma Anós Casero.
Por Kris Couto
Fonte Uol Noticias