A Refinaria de Mataripe, antiga Refinaria Landulpho Alves (Rlam), na Bahia, comprada pelo fundo árabe Mubadala no final do ano passado, reduziu a produção de gás de cozinha (GLP), provocando desabastecimento do produto na região. O problema vem se arrastando desde a semana passada e já atinge várias cidades da região, entre elas Feira de Santana, segundo maior município da Bahia, e Itabuna, ao sul do estado. vale lembrar que A Rlam é a principal fornecedora de derivados do Nordeste e responde por 14% da capacidade de refino no Brasil.
Diversas revendedoras de GLP em Salvador (BA) fecharam as portas, por falta do gás de cozinha na Refinaria de Mataripe. Segundo a Associação de Revendedores de Gás da região, cerca de 60% das revendas estão sem o produto.
Um Levantamentos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese/subseção Federação Única dos Petroleiros-FUP), com base em preços acompanhados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), mostram que, durante o governo Bolsonaro, o gás de cozinha aumentou 96,7% nas refinarias, enquanto a inflação acumulou 24,9% e o salário-mínimo subiu 21,4% no período.
Em nota, a Acelen informa que está atuando ativamente para restabelecer, aos níveis normais, o fornecimento de GLP aos clientes. Algumas unidades da Refinaria de Mataripe estão passando por manutenção programada ou reativação, o que foi informado com antecedência de 90 dias à agência reguladora e a seus clientes. Para garantir uma operação mais eficiente e segura para funcionários e população do entorno, foi necessário ajustar os prazos originalmente previstos para retomada da operação. É importante destacar que a empresa vem tomando todas as medidas para restabelecer o suprimento ao mercado da Bahia e de Sergipe. Foram e seguem sendo ampliadas as importações do produto, com a contratação de navios de GLP, medida que vai ser reforçada até que a produção na refinaria tenha sua capacidade total inteiramente regularizada.