A falta de água potável está provocando um surto de diarreia na Faixa de Gaza, segundo um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS).
O levantamento aponta que o surto já atingiu 33.551 pessoas no território desde meados de outubro — metade dessas pessoas, diz a OMS, são crianças.O índice é bem acima da média registrada na Faixa de Gaza em 2021 e 2022, de cerca de 2.000 casos mensais – já considerada alta pela organização.
“A falta de combustível levou ao encerramento de fábricas de dessalinização, aumentando significativamente o risco de infecções bacterianas, como a diarreia”, afirmou a OMS.
O levantamento também cita 8.944 casos de sarna e piolhos, 1.005 casos de varicela, 12.635 casos de erupção cutânea e 54.866 casos de infecções respiratórias superiores desde meados de outubro no território.
100% da população com fome
Todos os 2,3 milhões de habitantes de Gaza carecem de alimentos suficientes e enfrentam desnutrição, disse um funcionário do Programa Alimentar Mundial da ONU na quinta-feira (9).
“Antes de 7 de outubro, 33% da população sofria de insegurança alimentar”, disse Kyung-nan Park, diretor de emergências do Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas (PAM). “Podemos dizer com segurança que 100% estão em situação de insegurança alimentar neste momento.”
Ela disse que o PAM precisa de 112 milhões de dólares para poder alcançar 1,1 milhão de pessoas em Gaza nos próximos 90 dias. “Eles enfrentam o risco de desnutrição”, disse ela. Além do financiamento, o PMA também precisa de entrada regular em Gaza e de acesso seguro uma vez lá dentro para poder chegar às pessoas necessitadas, acrescentou ela.
Desde a reabertura da passagem de Rafah, na fronteira de Gaza com o Egipto, para carga humanitária, em 21 de Outubro, o número médio diário de camiões que atravessaram para Gaza foi inferior a 19% do que era antes do conflito, de acordo com o escritório humanitário da ONU.
Por Kris Couto
Fonte G1