Em delação premiada, Ronnie Lessa entregou nome de quem mandou matar Marielle Franco
Na delação premiada de Ronnie Lessa, que foi homologada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ele entregou os mandantes e as circunstâncias do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 2018.
O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, anunciou a homologação da delação no caso nesta terça-feira (19).
De acordo com pessoas próximas da investigação, Lessa não queria colaborar, mas mudou de ideia depois que Élcio de Queiroz o entregou como o executor dos assassinatos, o criminoso que puxou o gatilho.
Foi a partir daí que ele aceitou colaborar com a investigação federal.
No primeiro depoimento, foram duas horas de revelações gravadas em áudio e vídeo. Lessa contou o que mais se buscava dele: quem o contratou para executar o assassinato de Marielle.
Além de entregar os mandantes e as circunstâncias da morte da vereadora, o ex-PM deu detalhes de reuniões que manteve com quem o contratou, antes e depois dos homicídios.
Assim, Lessa forneceu uma série de indícios, circunstâncias e provas não apenas do seu envolvimento na execução do duplo assassinato, mas sobretudo sobre quem estava por trás da encomenda das mortes.
Os mandantes, segundo Lessa, integram um grupo político poderoso no Rio de Janeiro com vários interesses em diversos setores do Estado. O ex-PM deu detalhes de encontros com eles, indícios sobre as motivações. E tudo passou a ser verificado pela força tarefa de policiais e membros do Ministério Público.
Assim, foi se consolidando a delação premiada, que acaba de ser autorizada pelo STF.
O caso foi parar no Supremo pois há suspeita de envolvimento de parlamentar do Congresso Nacional.
Diligências ainda estão em curso para fechar de vez a investigação e atribuir criminalmente responsabilidades sobre o mando da morte de Marielle Franco e de Anderson Gomes.
Por Kris Couto
Fonte G1