Apesar de alguns grupos terem retirado o apoio à paralisação após o decreto federal, algumas importantes associações mantiveram a promessa de greve. A Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava), a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL), o Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC) e o Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens da Baixada Santista e Vale do Ribeira (Sindicam), são exemplos.
Para a categoria, uma paralisação neste momento representa a insatisfação em relação a alta nos preços dos combustíveis. De acordo com dados do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), os preços de revenda registraram aumentos de 28% no diesel, 32% na gasolina e 27% no gás de cozinha, isso apenas nos nove primeiros meses de 2021.
A disparada no preço do óleo diesel, que voltou a subir na semana passada, aumentou o aborrecimento dos caminhoneiros, que também discutem outras pautas. A agenda do setor contém ao todo 14 itens, com destaque para temas como a constitucionalidade do piso mínimo de frete; uma nova política de preços da Petrobras; aposentadoria especial e maior fiscalização nas rodovias.
Até o momento, no entanto, não há registro de rodovias federais interditadas ou bloqueadas pela categoria. De acordo com o Ministério da Infraestrutura, até mesmo a entrada do Porto de Santos, no estado de São Paulo, que estava ocupada pelos manifestantes, agora está vazia. Eles teriam se retirado após a Polícia Militar ter-lhes entregado um interdito probitório.
Em Pernambuco, um dos estados em que o pedido do governo federal de interdito probitório não foi acatado pela Justiça Federal, a situação de tranquilidade nas rodovias se repete. Até então, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) não se pronunciou a respeito de possíveis bloqueios nas vias e o fluxo segue normal.
Interditos probitórios
De acordo com o governo, as ações mantêm a “garantia do pleno funcionamento logístico”, afastando riscos de desabastecimento. Segundo a pasta de Infraestrutura, os interditos representam elemento de reforço “para que as forças de segurança trabalhem na manutenção da ordem, uma vez que o Estado deve garantir a livre circulação de pessoas, serviços e mercadorias essenciais para o País”.
Na lista com decisões favoráveis aos governo federal estão: Rio de Janeiro,São Paulo, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Paraná, Pará, Bahia, Mato Grosso, Rio Grande do Norte, Alagoas, Paraíba, Maranhão, Tocantins, Goiás, Amazonas,Piauí ,Rondônia.
Por Kris Couto
Fonte Uol