Desde que foi iniciada a segunda edição da Operação Resgate, no dia 04 de julho, 100 Auditores-Fiscais do Trabalho (AFTs) já identificaram 337 trabalhadores em situação análoga a de escravidão em 22 estados brasileiros e no Distrito Federal.
Deste total, 149 também foram vítimas de tráfico de pessoas. Além dos AFTs, a maior ação conjunta realizada para combater o trabalho análogo ao de escravo e o tráfico de pessoas no país envolveu procuradores do trabalho, defensores públicos federais e procuradores da República, que atuaram nos seguintes Estados: AC, AL, AM, BA, CE, DF, ES, GO, MA, MS, MG, MT, PB, PE, PA, PI, PR, RJ, RO, RS, SC, TO e SP.
Por ano, cerca de 2,5 milhões de pessoas são vítimas do tráfico humano. Para marcar o Dia Mundial de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, celebrado dia 30 de julho, o Sindicato dos Auditores-Fiscais do Trabalho do Estado da Bahia (SAFITEBA) chama a atenção para as características do crime e para o perigo das ofertas de trabalho muito atrativas, mas sem nenhuma garantia legal.
O tráfico humano é caracterizado pela retirada da pessoa de seu ambiente, seja cidade ou até mesmo país, para realização de trabalho forçado, equivalente ao de escravo, extração de órgãos, adoção ilegal, exploração sexual ou outras formas de exploração.O SAFITEBA lembra que promessas de trabalho nas indústrias têxtil, da moda ou em times de futebol são comuns, mas a atração fácil pode esconder a exploração física e os abusos.
O Disque 100 pode ser acionado para registrar casos de tráfico ou exploração de pessoas e, somente durante as ações de inspeção, os AFTs constatam a exploração ilegal de mão de obra e situações de tráfico de pessoas.Essas ações podem culminar na condenação do aliciador à pena de até oito anos de prisão.
Por isso, além da orientação e assistência às vítimas, a disponibilização de escolta policial para realização das ações de inspeção é fundamental para garantir a segurança e integridade física das vítimas e AFTs.
Por Kris Couto