A estudante Stefani Firmo, de 24 anos, ainda tenta se recuperar do trauma sofrido ao ter o rosto cortado enquanto dormia, durante uma viagem de ônibus de Recife, em Pernambuco, para Salvador, na Bahia. O caso ocorreu na madrugada do dia 29 de novembro, e completa seis meses. Ela recebeu 18 pontos no rosto.
A estudante acredita que o processo de recuperação da autoestima é processual e vai levar alguns anos. “Nesse período eu tive oscilações no emocional, não conseguia parar de chorar, era como se eu tivesse perdida. Mexeu muito com minha autoestima, revelou a jovem. A mesma afirmou também que embora tenha uma boa recuperação, mas que avalia a necessidade de fazer um procedimento estético no rosto. “Eu estou tendo uma ótima cicatrização graças aos cuidados que tenho. No início do ano, eu não conseguia nem me olhar no espelho”, afirmou. Em janeiro deste ano, a estudante estava bastante abalada com a situação, porque a marca da cicatriz era mais evidente.
Stefani Firmo, que tinha 23 anos na época, foi agredida quando o coletivo passava pelo município de Conde, no litoral norte da Bahia. As imagens de câmeras de segurança do ônibus mostraram o momento em que uma passageira se levanta e se aproxima da vítima, que depois sai pedindo por socorro.
Após o ataque, a polícia apreendeu uma faca que estava com uma passageira sentada na frente da vítima. O objeto foi enviado para a perícia, a passageira foi identificada e responde em liberdade por lesão leve.
Segundo a Polícia Civil, um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) foi encaminhado para o Juizado Especial Criminal (Jecrim) pela Delegacia do Turista (Deltur) do município. A polícia afirmou ainda que os laudos do Departamento de Polícia Técnica (DPT) concluíram a lesão leve.No entanto, de acordo com a defesa da estudante, exames complementares fizeram com que um médico alterasse a tipificação da lesão para grave. Agora, os advogados da vítima aguardam o Ministério Público da Bahia (MP-BA) alterar o status da agressão e seguir com o processo.
“Eu temia que ela respondesse em liberdade se a lesão fosse considerada leve”, disse Stefani. Conforme a estudante, a sensação que ela tem é de impotência, já que nada foi feito com a pessoa que a agrediu. “Depois de seis meses, eu acredito que o mínimo que deveria ser feito era essa mulher estar presa, já que tem tudo que prova que foi ela”, disse.
Por Kris Couto
Fonte G1